Os Músicos - Academia de Música de Miraflores preparam-se para ir brincar ao Carnaval! Entre folias e máscaras, confettis e serpentinas, vamos desfilar ao lado dos cabeçudos e ao som do samba.
Mas regressamos no dia 27 com mais música e a boa disposição de sempre!
Alguns dos maiores temas clássicos, numa viagem através dos tempos.
Os Músicos
No passado sábado, dia 15 de Fevereiro, Os Músicos subiram ao palco pela primeira vez em 2020, com estreia na Galeria da Livraria Ler Devagar, no LXFactory.
O repertório selecionado para este Recital de Música Erudita era ambicioso, mas os nossos Músicos estiveram à altura do desafio e proporcionaram à plateia (lotada!) um fantástico momento musical composto por alguns dos maiores temas clássicos, numa viagem através dos tempos, dos grandes compositores e das obras que marcaram a história da música de concerto.
O nosso agradecimento aos Músicos - Alunos e Professores - pelo excelente trabalho desenvolvido; aos Familiares e Amigos, pelo carinho, apoio e presença; ao nosso fotógrafo e amigo Pedrography pela fantástica reportagem fotográfica; à Livraria Ler Devagar por nos ter recebido tão bem! 💛
Não percam a fotogaleria na página de Facebook da Academia, com alguns dos melhores momentos do Recital e "bastidores". Segue uma pequena amostra:
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O apuramento dessa representação, associado à prática continuada, trará inevitavelmente a mestria.
Os Músicos
Um dos principais fatores na aquisição de novas capacidades é a representação mental dos objetivos. É necessário ter uma ideia clara do que é pretendido alcançar em qualquer fase da aprendizagem. Na música, essa representação adquire-se através da orientação de um professor, na escuta ativa, na atenção aos movimentos executados com precisão. O apuramento dessa representação, associado à prática continuada, trará inevitavelmente consigo a tão desejada mestria.
A vontade de aprender um instrumento musical nasce frequentemente da admiração pelos indivíduos que transformam a madeira e metal em canais de expressão artística. O instrumento é normalmente escolhido de forma instintiva. Temos uma ideia clara do timbre, da forma como é tocado, mas não temos uma ideia clara do processo. Temos uma representação mental do músico, do instrumento, do som que produz, mas não temos uma representação do caminho.
As representações mentais são como trilhos em campo aberto. É necessário encontrar o caminho mais curto para o objetivo imediato. É necessário percorrer esse trajeto inúmeras vezes. É necessário manter a motivação, mesmo sem ver resultados imediatos. Crer para ver.
O desenvolvimento da representação mental é um processo lento e progressivo. Envolve uma restruturação neuronal e uma adaptação física ao instrumento. Na prática, traduz-se num nível moderado de desgaste físico e mental, associado frequentemente a momentos de frustração.
A prática de um instrumento musical, fora do contexto de sala de aula, é um processo repetitivo e individual. Para um aluno adulto, requer períodos de isolamento e concentração. Para as crianças, é essencial encontrar o equilibrio entre a prática individual e acompanhada.
“Não percebo nada de música, não consigo ajudar”
É importante que os pais se envolvam ativamente no processo, incentivando a prática regular. Sendo o professor o elemento autoritário relativamente à correção dos exercícios, os pais devem investir algum tempo no papel de espectadores do processo, mesmo sem experiência musical. É importante perceber se a criança é capaz de gerir a repetição e a frustração sozinha ou se se deve pontualmente incentivar e elogiar.
Nesta fase é determinante o apoio e o incentivo de quem está mais próximo, especialmente com os alunos mais novos. A rotina e a repetição são fatores determinantes para o desenvolvimento de uma boa representação mental, pelo que o reforço positivo e organização do estudo por parte dos pais e educadores são essenciais para a evolução dos alunos. É necessário conciliar os momentos de descoberta com as fases de frustração e desgaste, ajudando no desenvolvimento de uma boa gestão emocional da criança.
Livraria Ler Devagar, 15 de Fevereiro, Sábado, 17h00
Os Músicos
Para a primeira apresentação ao vivo deste ano, a Academia de Música de Miraflores convida o público a desfrutar de alguns dos maiores temas clássicos, numa viagem através dos tempos, dos grandes compositores e das obras que marcaram a história da música de concerto.
Interpretado por alunos de todas as idades e instrumentos d'Os Músicos, o "Recital de Música Erudita" vai oferecer uma perspetiva inovadora, que desmistifica a solenidade tradicionalmente associada à música clássica e aproxima o público das aprendizagens dos participantes.
“É preciso ter ouvido para a música”, “Eu gostava, mas não tenho jeito e agora já é tarde”, “O meu filho gosta de guitarra, mas não sei se tem muito jeito”
Basta uma breve pesquisa na Internet para nos mostrar que parece não haver limites para a capacidade humana. Os recordes estão constantemente a ser superados, a mestria atinge-se cada vez mais cedo. Fica também reforçada a ideia de que alguns de nós nasceram com um talento inato, que possuem uma inteligência fora do habitual e que para os restantes só resta sonhar.
Por outro lado, há quem tente. Há quem tente com todas as forças e com toda a dedicação, sem chegar ao ponto em que a atividade começa a retribuir a satisfação e realização desejadas. A vontade é mais do que suficiente, mas "é preciso ter jeito".
Vários estudos realizados sobre aprendizagem, seja no desporto, na música, na matemática ou xadrez, concluem que existem efetivamente fatores genéticos que conferem uma vantagem inicial. Essa vantagem pode ser determinada através dos nossos dados biométricos (peso, altura, proporção geral), ou através da medição do Coeficiente de Inteligência (QI), com testes standarizados.
Mãos grandes podem ser uma vantagem na aprendizagem do piano; estatura acima da média garante um lugar efetivo na equipa de basquetebol; uma perceção espacial apurada permite-nos entender com maior facilidade a complexidade do xadrez.
Para a maioria de nós, este é o fim da discussão. Melhores genes, maior inteligência, maior capacidade.
Ao acompanharem centenas de praticantes, nas mais variadas atividades, ao longo do desenvolvimento das suas capacidades, os investigadores concluíram que estes fatores conferem apenas uma vantagem inicial. Os mestres não são necessariamente aqueles com o QI mais elevado, ou com as características físicas mais vantajosas para a atividade em questão.
A mestria atinge-se com prática, muita prática.
A ideia das 10.000 horas tornou-se num lugar-comum das discussões acerca da aprendizagem. O conceito diz-nos que para atingir o mais alto nível em qualquer área, temos de investir algo próximo desse número de horas. Na verdade, essa grandeza é uma média que varia de acordo com a atividade e com o indivíduo. O importante é praticar, e muito.
A água e o vento moldam a pedra incessantemente, mas apesar dos milhões de anos de prática, a probabilidade de criar uma cópia do David, de Miguel-Ângelo, é quase nula. O ser humano tem a vantagem de observar a própria criação, de a criticar e aperfeiçoar. Praticar com um propósito, um foco.
Nestas duas ideias reside o segredo da mestria: Praticar de forma orientada e persistir.